05 agosto 2011

olhar sofredor

As breves paisagens iluminam os raios de sol que tu guardas-te. A sombra do canto, aquele tão movimentado, era dourada, encarnada. (?) Aquele olhar trémulo que lançavas ao vazio era como uma voz muda que será atropelada, em cima de uma passadeira. O sofrimento e o vazio estavam em ti, desconhecida. Pareceu-me que parte de mim fugiu; encontrei-a de imediato em ti, junto desse teu coração rejuvenescente. São pequenos momentos que dão alento aquilo que ainda sou. Os momentos vão e partem, ficam e nascem, mas há certas coisas que incomodam como andar à chuva.  A cada ciclo, o meu subconsciente vai guardado cada pedaço teu, meu, de todos os pronomes pessoais existentes: eu, tu, eles, nós, vós e eles. Tudo é igual, mas circunstanciado de moldes variados. Será que é aqui que reside a simplicidade da vida? Se assim for, assim estarei cego. Foi esse teu olhar profundamente vazio que abanou o meu ser, porque quando tomas uma decisão todo o mundo sofre com ela, indirectamente ou directamente. Não consegues ser indiferente a nada, tudo te toca, tudo é tudo e tudo é nada. Tudo o que fazes, muda qualquer coisa. E se não fizeres nada? Se não fizeres nada, já estás a fazer alguma coisa...

São frases soltas, que me amarram as palavras, aquelas que eu ouvia, quando só tu falavas (...)


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Cansaço

Cansaço
O puro olhar do limite :')