25 novembro 2010

Os quatro ventos

O que escrevo não faz sentido. 
O que escrevo é um folha de um ser ferido.
O que não escrevo é o que sinto.
O que não escrevo é o que pinto.

O que desenho é um rabisco 
O que desenho é um tormento
O que não desenho é o que sinto
O que não desenho é o que minto

O que pinto é um quadro
O que pinto é algo arrumado
O que não pinto é uma história
O que não pinto é uma memória

O que sinto é o que não escrevo
O que sinto é o que não faz sentido
O que não sinto é que sinto
O que não sinto é ... 


Sérgio Miguel 

12 novembro 2010

a razão anti-sentimentalista

Não quero cabular o meu conhecimento. Quero sentir o que vejo e ouço. Não quero uma sequência de regras a seguir. Acho que perdi parte de mim.. Com o avanço da idade, os objectivos, as prioridades, as emergências monetárias e sociais, tomaram conta de mim. Fui acorrentado a uma sociedade que sempre evitei. Perdi a sentimentalidade, a subjectividade, a minha definição de felicidade. Tudo é tão racional e rigoroso. Recordo-me dos meus impulsos onde não queria saber de nada. Desculpem, mas Fernando Pessoa tem razão. A poesia dele é extremamente sentimental, não é anti-sentimentalista. Partam em busca da essência da sua escrita: emoção. O pensamento é a dor. A razão é sofrimento.
Amo as coisas sem sentimentalidade nenhuma, porque? Que nojo de mim próprio! Porque é que o meu olhar é racional? Porque é não existe emoção no meu coração? Porque não consigo viver numa inconsciência? Porque é que é tão difícil encontrar fragmentos de subjectividade dentro de mim? - Questionabilidade, só.
Porque é que eu não posso escrever como eu quero, em todas as situações? Porque é que sou tão condicionado pela sociedade? Pelas regras? Pelo medo de ser diferente?

- não gosto do meu heterónimo.

» Sou racional, porque já senti o Amor.

07 novembro 2010

não sou mais que ninguém, sou só alguém.

Recordo-me estar noites e noites acorrentado ás estrelas que iluminavam o meu caminho. Recordo-me também, das linhas ténues do meu coração que tremiam com o respirar do meu olhar. Mas recordo-me acima de tudo, de evidenciar que todas estas recordações iriam ficar para sempre, e assim foi. Agora são apenas recordações que fazem parte do meu ser, do meu ortónimo, e fazem parte das essências dos meus heterónimos. Sou moldado pelo meu passado, pelos meus erros e convicções. Sou assim e não existe nada a fazer. É a minha forma de ser feliz e livre, porque um ser humano oprimido é um sinónimo de um coração partido.
Conquanto, as lacunas do meu modelo estandardizado é presidido pela falta de criatividade da hereditariedade individual de cada um. Apesar de ser Humano, não sou estandardizado. Mas o meu "modelo de estandardização" deve-se ao facto da minha hereditariedade especifico. Assim, não renuncio a minha espécie (Humanidade) pois, é a única espécie capaz de sentir.

03 novembro 2010

02 novembro 2010

O rigor do sentimento

Boa noite , sonhos e promessas. Venho aqui expor os meus tormentos.
Cada vez mais no nosso quotidiano estamos limitados a teorias positivistas. O que são? Tudo é mensurável e tudo é quantificável. Vivemos sobre uma sociedade de regras em que tudo é certo e nada é subjectivo. O Tudo é tão unilateral e nada é subjectivo. Sinto-me triste por assim ser. Sinto-me retardado a nível social, não por carências sociais mas sim porque não gosto de seguir modas, gosto daquilo que é "velho" porque é essa essência que me traz conhecimento. Gosto de Fernando Pessoa e Alberto Caeiro, mas não gosto dos poetas actuais. Gosto de computadores antigos, e não gosto de portáteis. Gosto de musicas antigas, não gosto de 75% da música actual.
Outra situação, é esta nova era da tecnologia, uso só a que necessito porque sou condicionado. Não era tudo muito mais puro quando mandávamos cartas aos nossos namorados? Quando eu trocava toques de telefone com as meninas que gostava? Quem pensou haver agora tarifários que nos permitem de alguma forma possuir mensagens grátis? - Questões só. Agora, todos usamos portáteis da nova tecnologia, e a cada segundo somos confrontados com as produções em massa dos mesmos. Todos os estudantes, quando o professor lança um projecto, utilizam de imediato o portátil, chega. Esta nova era de rigor, de metodologias concretas, está a fechar o nosso hemisfério direito (O hemisfério direito é  responsável pelo nosso lado criativo e intuitivo). Eu sei, vocês pensam - mas, e toda esta nova tecnologia? Todas estas novas invenções? - Que partido é tirado de tudo isto? É tudo um jogo de marketing, de dinheiro e interesses pessoais. O ser humano parte em busca de novas tecnologias para ter a vida facilitada. Não? Pois. Todo estes últimos 100 anos foram fotografados com o titulo de "A rapidez do século",  e eu penso para mim será um aspecto positivo ou negativo? - Ora, questões!
Ainda outra questão, acerca de mim. Há quanto tempo não escrevo eu, uma emoção pura? Há quanto tempo não escrevo o que me apetece? Sem querer saber de pontuações, de virgulas, de acentos? - Pois, perdi parte da minha essência devido às condicionantes impostas pela sociedade. Mas chega. Não quero mais saber, eu sou o que sou. Ninguém me vai quebrar a minha linguagem, o meu coração, a minha força de acreditar. Foi assim que nasci, herdei, e moldei. É assim que sou. É assim que sou feliz, a recordar o passado. E é assim que vou viver, até um dia morrer.

Cansaço

Cansaço
O puro olhar do limite :')