Não quero cabular o meu conhecimento. Quero sentir o que vejo e ouço. Não quero uma sequência de regras a seguir. Acho que perdi parte de mim.. Com o avanço da idade, os objectivos, as prioridades, as emergências monetárias e sociais, tomaram conta de mim. Fui acorrentado a uma sociedade que sempre evitei. Perdi a sentimentalidade, a subjectividade, a minha definição de felicidade. Tudo é tão racional e rigoroso. Recordo-me dos meus impulsos onde não queria saber de nada. Desculpem, mas Fernando Pessoa tem razão. A poesia dele é extremamente sentimental, não é anti-sentimentalista. Partam em busca da essência da sua escrita: emoção. O pensamento é a dor. A razão é sofrimento.
Amo as coisas sem sentimentalidade nenhuma, porque? Que nojo de mim próprio! Porque é que o meu olhar é racional? Porque é não existe emoção no meu coração? Porque não consigo viver numa inconsciência? Porque é que é tão difícil encontrar fragmentos de subjectividade dentro de mim? - Questionabilidade, só.
Porque é que eu não posso escrever como eu quero, em todas as situações? Porque é que sou tão condicionado pela sociedade? Pelas regras? Pelo medo de ser diferente?
- não gosto do meu heterónimo.
» Sou racional, porque já senti o Amor.
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